Profissionais da Educação Especial contra novo diploma

Reforma da Educação Especial

JN – Sociedade – 17/02/2004

Participantes em plenário nacional dizem que alterações deixarão milhares de alunos sem apoio 

Professores e educadores de educação especial repudiaram ontem, num plenário nacional, em Lisboa, o ante-projecto de Decreto-lei do Governo para a Educação Especial e o Apoio Sócio Educativo. 

Promovido pela Federação Nacional dos Professores (FENPROF), o plenário nacional, que se realizou no Instituto Franco-Português, reuniu cerca de 150 educadores e professores, de acordo com os organizadores. 

Numa resolução da FENPROF, aprovada por unanimidade, os participantes classificam o documento do Ministério da Educação como uma contra-reforma da Educação Especial que deixará milhares de alunos sem apoio. 

No entender da Federação, o documento governamental permite que nem todas as escolas podem ser inclusivas, “o que implica que um aluno com necessidades educativas especiais pode ser obrigado a matricular-se fora da sua área de residência”. 

Ainda segundo a federação, as crianças e jovens podem, agora mais facilmente ser segregadas em instituições de educação especial e podem ser encaminhados, precocemente, para a vida activa. 

Relativamente aos docentes, a federação defende que o objectivo do ministério é reduzir, desregulamentar e controlar. 

O ante-projecto do Governo, cuja discussão pública terminou Sábado, é na opinião da Fenprof, “um verdadeiro atentado contra a escola pública, democrática, de qualidade e inclusiva, que, ser aprovado e publicado, representaria um tremendo retrocesso ao instituir, na escola portuguesa, a exclusão como regra e a inclusão como excepção”. 

Depois da aprovação da resolução, os docentes e educadores desfilaram até ao Ministério da Educação, onde entregaram o documento.

A Associação de Surdos do Porto (ASP), sendo uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), mantém os mesmos objetivos desde a sua criação, que é defender os Direitos das Pessoas Surdas para que fiquem em pé de igualdade dos demais cidadãos, bem como zelar pelos seus deveres.

Comentar

Your email address will not be published. Required fields are marked*

Contacte-nos