Novamente a Imprensa não respeita a Comunidade Surda nem dignifica os Intérpretes de LGP

Matou a mulher à facada e ameaçou saltar da Ponte

Jornal “O Correio da Manhã”, edição de 24 de Janeiro

Uma Chamada de Atenção

Com o devido respeito pela função jornalística do autor desta notícia, eu que sou Surdo cego e que convivo há mais de 35 anos com a Comunidade Surda Portuguesa e estou, de alguma forma ligado à Educação Especial, gostaria de dizer aqui algumas coisas, a saber:

  1. A expressão “surdo-mudo”, da época medieval, já há muito foi banida do vocabulário e da escrita, pois que a Pessoa Surda, só por estar surda, não é obrigatoriamente “muda”; ela tem uma forma de se expressar, mas que sendo diferente não a impede de o fazer, embora que com outros meios, como seja a Língua Gestual Portuguesa.
  2. E muito importante: Diz a notícia, a dado passo, “Acabou por se entregar à polícia após um diálogo de duas horas com negociadores do Grupo de Operações Especiais da PSP.”

Ora, como se lê mais abaixo na notícia, o GOE da PSP não tem, ainda, capacidade de entabular qualquer tipo de negociações em Língua Gestual Portuguesa, ou outra, pelo que recorreu ao auxílio de um Intérprete de Língua Gestual Portuguesa para o fazer, e a notícia, sendo informativa, deve também dignificar uma Classe Profissional tão importante e indispensável, como se pode ver para o normal funcionamento de uma sociedade moderna e inclusiva.

José Pedro Amaral
Director do Departamento de Apoio à Pessoa Surdocega da ASPorto

Documento Original >>

A Associação de Surdos do Porto (ASP), sendo uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), mantém os mesmos objetivos desde a sua criação, que é defender os Direitos das Pessoas Surdas para que fiquem em pé de igualdade dos demais cidadãos, bem como zelar pelos seus deveres.

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