Liderança, Ética, Respeito e Confiança

BREVES CONSIDERANDOS SOBRE

Por Armando Baltazar

Dado nos últimos tempos ter constatado que determinado sector da Comunidade Surda vem falando muito DE LIDERANÇA, DE ÉTICA, DE RESPEITO E DE CONFIANÇA, deixo aqui uma opinião pessoal sobre o que são estes considerandos, e espero provoque uma reflexão positiva de TODOS…

A LIDERANÇA
Liderança
é o processo de conduzir um grupo de pessoas. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados para que contribuam, voluntariamente, da melhor forma com os objectivos do grupo ou da instituição.
A natureza e o exercício da liderança tem sido objecto de estudo do homem ao longo da sua história. Bernard Bass (2007) argumenta que “desde a sua infância, o estudo da história tem sido o estudo dos líderes – o que e porque eles fizeram o que fizeram”.

A busca do ideal do líder também está presente no campo da filosofia. Platão, por exemplo, argumentava em A República que o regente precisava ser educado com a razão, descrevendo o seu ideal de “rei filósofo”. Outros exemplos de filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu “rei sábio”, bem como Tao e seu “líder servo”.

Os pesquisadores académicos argumentam que a liderança como tema de pesquisa científica surgiu apenas depois da década de 30 fora do campo da filosofia e da história.

Com o passar do tempo, a pesquisa e a literatura sobre a liderança evoluíram de teorias que descreviam traços e características pessoais dos líderes eficazes, passando por uma abordagem funcional básica que esboçava o que líderes eficazes deveriam fazer, e chegando a uma abordagem situacional ou mais contingencial, que propõe um estilo mais flexível, adaptativo para uma verdadeira liderança eficaz.

Nos últimos anos, grande parte dessas pesquisas e obras tem sido criticada por ser de sentido muito restrito, mais preocupada com a explicação dos comportamentos dos líderes face a face com os seus colaboradores, ao invés de examinar os líderes no contexto maior das organizações que lideram, prestando pouca atenção ao papel da liderança organizacional em termos do tratamento da mudança ambiental.

Ou sejam há um forte “esquecimento” de que um líder não se fabrica nem se constrói… mas que a liderança é um sentido inato que já nasce com o ser humano…

Não é fácil ser um verdadeiro líder, ou seja não é líder quem quer mas sim é líder quem sabe!

A ÉTICA

A palavra Ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser, carácter. Através do latim mos (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral.

Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e o seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo – sociedade.

Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e busca explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro
que etimologicamente “ética” e “moral” são expressões sinónimas, sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim.

A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.

Tanto “ethos” (carácter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito” (Vasquez). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações colectivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem.

A ética pode ser interpretada como um termo genérico que designa aquilo que é frequentemente descrito como a “ciência da moralidade”, e o seu significado derivado do grego, quer dizer ‘Casa da Alma’, isto é, susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

Em Filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado bom, e, sobre a bondade, os antigos diziam que: o que é bom para a leoa, não pode ser bom para a gazela. E, o que é bom para a gazela, fatalmente não será bom para a leoa. Este é um dilema ético típico.

Portanto, da investigação filosófica, e devidas subjectividades típicas em si, ao lado da metafísica e da lógica, não pode ser descrita de forma simpes. Desta forma, o objectivo de uma teoria da ética é determinar o que é bom, tanto para o indivíduo como para a sociedade como um todo. Os filósofos antigos adoptaram diversas posições na definição do que é bom, sobre como lidar com as prioridades em conflito dos indivíduos versus o todo, sobre a universalidade dos princípios éticos versus a “ética de situação”. Nesta, o que está certo depende das circunstâncias e não de uma qualquer lei geral. E sobre se a bondade é determinada pelos resultados da acção ou pelos meios pelos quais os resultados são alcançados.

O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Tratase de uma pergunta fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão central da Moral e da Ética. Enfim, a ética é o julgamento do carácter moral de uma determinada pessoa. Como Doutrina Filosófica, a Ética é essencialmente especulativa e, a não ser quanto ao seu método analítico, jamais será normativa, característica esta, exclusiva do seu objecto de estudo, a Moral. Portanto, a Ética mostra o que era moralmente aceite na Grécia Antiga possibilitando uma comparação com o que é moralmente aceite na Europa de hoje, por exemplo, indicando através da comparação, mudanças no comportamento humano e nas regras sociais e suas consequências, podendo daí, detectar problemas e/ou indicar caminhos.

O RESPEITO

Respeito é o apreço por, ou o sentido do valor e excelência de, uma pessoa, qualidade pessoal, talento, ou a manifestação de uma qualidade pessoal ou talento.

Em certos aspectos, o respeito manifesta-se como um tipo de ética ou princípio, tal como no conceito habitualmente ensinado de “[ter] respeito pelos outros” ou a Ética da reciprocidade.

O Respeito também poderá ser chamado de ética da reciprocidade é um princípio moral geral, que se encontra praticamente em todas as religiões e culturas, frequentemente como regra fundamental. Este facto sugere que pode estar relacionada com aspectos inatos de natureza humana.

Na maioria das formulações toma uma forma passiva, como a que é expressada no Judaísmo: “O que é odioso para ti, não o faças ao próximo”. Na cultura ocidental, no entanto, a fórmula mais conhecida é a que foi formulada por Jesus, no Sermão da Montanha: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles” (Mt. 7, 12). Esta regra tradicional é também apelidada de regra de ouro.

A CONFIANÇA

Confiança é o acto de deixar de analisar se um fato é ou não verdadeiro, entregando essa análise à fonte de onde provém a informação e absorvendo-a simplesmente. Confiar noutro é muitas vezes considerado acto de amizade ou de amor entre os humanos, que costumam dar provas dessa confiança.

A confiança é muito subjectiva porque não pode ser medida, é preciso ter confiança em quem se confia para poder confiar, o que torna a confiança um conceito intrínseco. Confiança é o resultado do conhecimento sobre alguém. Quanto mais informações corre tas sobre em quem necessitamos confiar, melhor, formamos um conceito positivo dessa pessoa.

O grau de confiança entre duas pessoas é determinado pela capacidade que elas têm de prever o comportamento uma da outra. Também é “a expectativa que nasce no seio de uma comunidade de comportamento estável, honesto e cooperativo, baseado em normas compartilhadas pelos membros dessa comunidade”. Quando isso ocorre, temos as condições de prever o comportamento dos outros em uma dada circunstância. Confiança é a previsibilidade do comportamento. Ao observar o comportamento de alguém, somos capazes de identificar os valores que determinam porque as pessoas se comportam de uma determinada maneira.

Portanto, quando dizem os que confiamos em alguém, estamos a dizer que:
a) pertencemos à mesma comunidade de valores, e
b) sabemos que essa pessoa estará tão orientado para atender aos nossos interesses como nós próprios estaríamos se estivéssemos no lugar dela. Quando isso acontece, as pessoas não negociam: elas são capazes de entregar um cheque em branco e assinado.

Assim, a quantidade e a frequência das negociações podem ser indicadores de que nem tudo vai bem. Se a oportunidade de negociar pode ser um indício de relações democráticas e igualitárias, o excesso de negociações é um indicador seguro de falta de confiança porque, no limite, quando confiamos totalmente, não negociamos. Assim, quanto maior o número de negociações, menor a abertura entre os interlocutores.
Assim quando há falta de confiança a rapidez na solução do impasse dependerá do grau de abertura existente entre os dois lados Como resolver o impasse? Com abertura. Ou seja, quanto mais rápida e francamente
os lados em desavença revelarem o que realmente desejam, mais facilmente poderão resolver esse problema.

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A Associação de Surdos do Porto (ASP), sendo uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), mantém os mesmos objetivos desde a sua criação, que é defender os Direitos das Pessoas Surdas para que fiquem em pé de igualdade dos demais cidadãos, bem como zelar pelos seus deveres.

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