Chip vira implante da côclea para deficientes auditivos

Chip vira implante da cóclea para deficientes auditivos

Redação do Site Inovação Tecnológica – 11/02/2005

Cientistas da Universidade de Michigan, Estados Unidos, desenvolveram a primeira cóclea mecânica, o pequeno órgão do ouvido humano responsável pela conversão das vibrações acústicas em sinais elétricos que o cérebro lê e interpreta como diferentes sons.

A maioria das pessoas com perda total ou parcial da audição perde justamente a capacidade de traduzir as ondas sonoras em sinais elétricos para o cérebro. Embora o equipamento de três centímetros ainda não esteja totalmente pronto, ele poderá ser utilizado como um implante coclear, com possibilidade de duração por toda a vida do paciente.

Mas, segundo o professor Karl Grosh, coordenador da pesquisa, enquanto o novo implante é aprimorado e avaliado pelas autoridades de saúde, ele já pode servir como um sensor de baixíssimo consumo de energia com várias aplicações comerciais.

Chip vira implante da cóclea para deficientes auditivos

O novo equipamento tem três vantagens substanciais: a possibilidade de duração por toda a vida do paciente, a possibilidade de ser produzido em massa a custo baixo e o seu método mecânico de funcionamento com baixíssimo consumo de energia.

A cóclea humana tem o formato de um caracol, medindo cerca de um centímetro cúbico, e fica localizada no ouvido interno. Se o caracol for esticado, terá a mesma dimensão do equipamento construído pelo Dr. Grosh e seu aluno Robert White. Eles o construíram por meio de técnicas semelhantes às utilizadas para a fabricação de circuitos integrados, o que significa que ele pode ser construído em larga escala.

A cóclea mecânica funciona da mesma forma que a original. Na cóclea biológica, a membrana basilar, que acompanha a espiral, torna-se menos rígida da borda em direção ao centro. Na cóclea mecânica, um pequeno duto cheio de líquido, escavado em um chip de silício, funciona como a espiral coclear. Quando a onda sonora entra na membrana, ela gera uma onda no líquido e viaja ao longo do duto, interagindo com uma membrana que vai se estreitando aos poucos. Esse processo permite que o aparelho separe sons de diferentes freqüências.

Grosh e White estão agora adicionando uma rede de eletrodos ao seu equipamento, para permitir que ele possa ser implantado no ouvido, interfaceando com os nervos que levam os sinais elétricos captados para o cérebro.

O artigo “Microengineered Hydromechanical Cochlear Model,” de autoria dos dois pesquisadores, foi publicado no exemplar de 1º de Fevereiro do Proceedings of the National Academy of Sciences.

Artigo Original em https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010110050211#.Y3Vys3bP1PY

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